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Ivo Fernando da Costa

A bússola da fomação filosófica,

Por onde começar seus estudos?



Essa tem sido uma pergunta que me fazem com certa frequência no meu Instagram (@prof.ivofdacosta). Dá muita alegria ver as pessoas interessadas em crescer intelectualmente, buscando uma visão mais elevada profunda da realidade e das questões fundamentais sobre Deus, o mundo e o homem.


Mas, com frequência, esse desejo acaba esbarrando em uma dificuldade: como e por onde começar? Há centenas de grandes autores e literalmente milhares de livros, teses, artigos, estudos constantemente sendo produzidos todos os anos...



Sem um norte, é quase certo que nos perderemos em meio a esta selva de ideias... Nesse sentido, minha proposta e oferecer-lhes uma espécie de bússola da formação filosófica.


Essa bússola tem dois grandes eixos: um referente ao método e outro referente ao conteúdo. O eixo metodológico consta de duas perspectivas: a pessoal e a impessoal. Por outro lado, o conteúdo também se desdobra em dois aspectos: o intensivo e o extensivo. Daí resultam quatro abordagens para o estudo da filosofia:


1) SISTEMÁTICA: temos um conteúdo visto de maneira impessoal e intensiva. Ou seja, temos um tema estudado de modo sistemático, por meio de uma introdução geral. Suponhamos, por exemplo, que seu interesse seja a metafísica. Nessa abordagem, começamos por uma introdução geral e sistemática a esse tema.


2) HISTÓRICA: aqui uma questão é encarada de modo impessoal e extensivo por meio de seu desenvolvimento ao longo da história da filosofia. Nesse caso tomamos uma introdução à história da metafísica.


3) INDIVIDUAL: abordagem intensiva-pessoal; estudamos uma questão pontual em um autor específico de referência. Como exemplo, aqui poderíamos estudar diretamente a Metafísica de Aristóteles ou o Comentário que Santo Tomás fez desta mesma obra.


4) COMPARATIVO: abordagem extensiva-pessoal; estuda-se um mesmo tema comparado nas obras de vários autores de referência ao longo da história. Aqui poderíamos confrontar as metafísicas de Aristóteles, Santo Tomás, Ockham e Escoto.


Com isso já podemos traçar um roteiro para o estudo da filosofia. Suponhamos alguém que está começando do zero sem a mínima ideia do que é ou do que trata a filosofia.


Alguns sugerem a seguinte ordem: 3, 2, 1, 4. Ou seja, começar diretamente pelas obras clássicas dos grandes autores, passando pela história da filosofia, amarada por um bom livro que sistematize os conceitos e finalizando pelo estudo comparado dos diversos autores. O problema é que muitas veze não se tem a bagagem filosófica necessária para enfrentar diretamente um clássico da filosofia.


Por isso, minha sugestão para quem está iniciando é a seguinte: 1, 3, 2, 4. Começar por uma introdução geral e sistemática à filosofia (sugestões nos comentários). Logo encarar a obra de um autor clássico sobre o tema, pois são os grandes autores da filosofia perene que nos fornecerão as bases para uma sã visão sobre o mundo, sobre o homem e sobre Deus, servindo de guia para uma leitura crítica de outros autores.


Uma vez que se tenha bem sedimentado os fundamentos da filosofia perene, ampliamos nosso escopo filosófico de uma maneira geral como a abordagem histórica para, finalmente, colocarmos em diálogo diversas concepções da filosofia com a abordagem comparativa. Formando assim a nossa própria síntese filosófica.



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