A Igreja Católica tem uma antiquíssima tradição na Astronomia. Há vários livros publicados sobre o assunto como por exemplo “The Sun in the Church: Cathedrals as Solar Observatories” de John Heilbron que conta como as principais catedrais da Europa serviram por muito tempo de observatórios.
Outro livro interessante é “In the service of 9 popes: 100 years of the Vatican Observatory”, escrito por jesuítas que contam a história do Observatório Astronômico do Vaticano
Este observatório foi fundado em 1891 pelo Papa Leão XIII a fim de oficializar um trabalho que os jesuítas já vinham fazendo há séculos pela Igreja.
De fato, há uma longa lista de padres jesuítas que deram contribuições importantes para a Astronomia.
Uma das mais interessantes contribuições do Observatório é a Escola de Verão promovida a cada dois anos, desde 1986 onde um grupo de pós-graduandos de todo o mundo se reúne para discutir temas atuais de Astrofísica.
Não há critério religioso na seleção e tive a sorte de participar da Escola de Verão em 2007.
É muito significativo que a Igreja apoie este tipo de evento e promova um diálogo com o mundo da Ciência através dos jesuítas.
Entretanto, mais importante ainda é que nós leigos estejamos cientes de que não há oposição alguma entre Fé e Ciência e que nosso papel é levar adiante as atividades de pesquisa entre colegas que creem.
A Ciência hoje padece de certos riscos com reflexos potencialmente perigosos para a humanidade. Em particular, a ética sem alicerce na Lei Natural nos levará a loucuras como a Eugenia e outras monstruosidades da biologia.
Mas também há o perigo de uma cultura dominada pela técnica onde somente o novo, o mais moderno e imediatamente útil tem vez.
O Papa Bento XVI falou muito disso no seu pontificado e o Papa Francisco continua a fazer essa denúncia.
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