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Nossos Valores

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A Filosofia instrui Boécio sobre Deus e sua Natureza divina.
Henri de Vulcop, Miniatura em um Manuscrito do "De Consolatione Philosophiae", Paris 1460

"Si quidam vero contra haec rescribere voluerint, mihi acceptissimum erit. Nullo enim modo melius quam contradicentibus resistendo, aperitur veritas et falsitas confutatur"

Vivemos em uma era que se autoproclama “pós-moderna”. Em filosofia, podemos dizer que uma corrente de pensamento se filia ao pós-modernismo na medida em que nega a base objetiva do que se percebe como bom, verdadeiro e belo na realidade.

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Nessa visão de mundo , não podemos afirmar que a verdade é a meta comum de uma discussão; que um valor moral sirva de guia para o atuar ético, ou que a autêntica beleza defina uma obra de arte. Tudo se reduz a uma construção social, linguística, cultural ou da subjetividade individual. Nada é permanente e a realidade termina se dissolvendo em um constante fluxo vazio de inteligibilidade e de sentido.

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Dessa forma, o homem pós-moderno não considera mais necessário se adequar à verdade, pois ela, de fato, não existiria. Tal atitude o conduz ao irracionalismo e ao voluntarismo. Irracionalismo, porque vem negada à razão o acesso a seu objeto próprio. Consequentemente, se a razão iluminada pela verdade não se configura como o Norte de nosso pensar e atuar, esse vazio será preenchido por um voluntarismo “metafísico”, isto é, uma vontade que se vê capaz de construir a sua própria realidade. Daí que, nas palavras de Sartre: “o homem não é, o homem se faz”.

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Diante desse cenário, mantemos que:

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âžœ Toda pessoa pode conhecer a verdade sobre Deus, sobre o mundo e sobre o próprio homem. Isso não implica uma tarefa fácil ou intuitiva. Ao contrário, requerer esforço intelectual no contexto de um confronto de ideias.

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âžœ O atuar ético tem como princípio a verdade sobre o que é um bem para o homem e para a sociedade. Esse bem não é uma simples construção subjetiva ou social, mas algo que descobrimos seguindo a exortação de Sócrates: “Conhece-te a ti mesmo”. Em outras palavras, a ética e a política exigem como condição necessária a conformidade com a verdade de nossa essência.

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âžœ Com Platão, temos a convicção de que o mundo material é real (ὄν). Contudo, a realidade como um todo compreende também uma esfera transcendente realmente real (ὄντως ὄν). Com os grandes autores da Escolástica, consideramos que a transcendência se identifica com Deus e seus atributos de Verdade, Bondade, Beleza, Unidade, etc.

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âžœ Sendo Deus o criador, encontramos um reflexo ou imagem de seus atributos no ser do ente criado que também se diz bom, verdadeiro e belo. Não mantemos, por tanto, que essas propriedades transcendentais do ente sejam relativas ou meramente subjetivas.

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âžœ Em linha com o pensamento aristotélico, afirmamos a necessidade de um discurso metafísico — e inclusive científico — congruente com a teoria das quatro causas, a saber, final, formal, eficiente e material. Toda explicação da realidade que exclua definitivamente algumas delas será reducionista.

 

âžœ Embora o saber científico foque nos aspectos quantitativos e mecânicos das regularidades da natureza, isso não implica uma posição metafísica materialista, dado que essa mesma afirmação não pode ser corroborada pelo método científico.

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âžœ O saber científico não se reduz a puros modelos explicativos que não alcançam um conhecimento objetivo do mundo e do homem. Não obstante, é necessário reconhecer que a ciência tem limites autoimpostos por seu próprio método. Somos, por isso, contrários a uma visão cientificista da realidade que resolve todo conhecimento válido ao que é acessível pelo método científico.

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âžœ Em vista da complexidade da realidade, consideramos ideologia toda visão reducionista que acarreta em uma apreensão empobrecida da mesma reduzindo o todo a algumas de suas partes ou aspectos.

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âžœ Visto que sempre é possível encontrar vestígios de verdade em diferentes correntes de pensamento, reconhecemos a importância do conhecimento de autores que não compartilham nossos valores metafísicos, epistemológicos e axiológicos. Além disso, compreender e responder objeções é a melhor ocasião para aprofundar no conhecimento da verdade porque, nas palavras de Santo Tomás, “não há melhor maneira de fazer a verdade aparecer e de refutar a falsidade que responder aos que nos contradizem” De Perfectione Vitae Spiritualis, Cap. 26.

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