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  • Mário Casotti

Liberdade Intelectual

"A liberdade do intelecto reside precisamente em conhecer o verdadeiro e não em conhecer o falso"


***


Tanto para Santo Tomás, como para Santo Agostinho, o problema da educação e do ensino não é visto em sua totalidade se não for considerado, além do aspecto natural, o seu aspecto sobrenatural.


Certamente, alguém objetará que esse método e essa concepção de ciência reduz a atividade e a liberdade humana a nada, condenando-as a se submeter e receber passivamente um conhecimento já elaborado fora delas.


Nesse contexto, amaldiçoarão a Idade Média como a era que mortificou por excelência a originalidade humana. Esta objeção, tão impressionante à primeira vista, é intrinsecamente fraca e fundamentada sobre o erro.


Porque a liberdade do intelecto reside precisamente em conhecer o verdadeiro e não em conhecer o falso; e, portanto, aquele que recebe um ensinamento de um mestre, se essa doutrina for verdadeira, não sofrerá uma violação, mas um aumento de sua própria atividade e personalidade.


Portanto, aquele que recebe conhecimento de um mestre que é mais sábio do que ele, não se torna escravo, mas livre intelectualmente; e receberá mais liberdade quanto mais sábio for o mestre e mais verdadeira for a doutrina; por fim, receberá o máximo de liberdade quando o mestre for o mais sábio de todos: Deus.


Escravo em aparência, o pensamento medieval, com seu centro na sagrada teologia, era o pensamento mais livre e audaz que já existiu; um pensamento que ousava discutir e argumentar sobre tudo, um ensinamento de cuja vastidão e organicidade as Sumas são, ainda hoje, testemunhas.


A pedagogia moderna caiu em um grande equívoco ao confundir dois conceitos tão diferentes entre si como o de atividade ou liberdade e o de “autodidática”.


Assumiu-se que, para ser livre, o aluno deveria inventar tudo ele mesmo, rejeitando o fato contrário, ou seja, que ele seria mais ativo e livre quanto mais vigorosamente recebesse do professor uma doutrina completa e vital.


Ou, dito de outra forma, aceitando que ele seria mais livre na medida em que se deixasse levar pelos erros e incertezas de suas invenções pessoais.


MARIO CASOTTI, “A pedagogia de Santo Tomás”.



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