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Classificando os Argumentos para a Existência de Deus

  • Foto do escritor: Ivo Fernando da Costa
    Ivo Fernando da Costa
  • 21 de abr. de 2021
  • 2 min de leitura

Atualizado: 27 de jan.

Cosmos, finalidade e o coração humano: as três grandes categorias de argumentos a favor da existência divina.


Certa vez, o bispo norte-americano Fulton Sheen afirmou: "Não há nem sequer cem pessoas nos Estados Unidos que odeiam a Igreja Católica. Mas há milhões que odeiam o que erroneamente acham que a Igreja Católica é."


"Mutatis mutandis," essa mesma ideia também se aplica à questão da existência de Deus: muitas vezes, o que se nega é uma concepção equivocada que se tem sobre Ele.


Recordo-me da expressão de admiração de um colega de trabalho, que se declarava ateu, quando lhe disse que, na história do pensamento filosófico, a grande maioria dos autores não eram ateus e que existiam não apenas um, mas diversos argumentos sobre a existência de Deus.


Neste momento, porém, não pretendo explicar nenhum desses argumentos em particular; meu objetivo é mais modesto: desejo apresentar apenas uma classificação geral das principais categorias de argumentos a favor da existência de Deus.


O ponto de partida mais conhecido, quando tratamos desse tema, encontra-se na Questão II da Suma Teológica de Santo Tomás de Aquino. Geralmente, o foco recai apenas sobre o último artigo dessa questão, onde são expostas as célebres Cinco Vias.


Entretanto, ao analisarmos a questão como um todo, constatamos que Santo Tomás aborda, na realidade, um total de seis vias. Sim, a sexta via é o argumento ontológico de Santo Anselmo, que é analisado e rejeitado no primeiro artigo.


Essas seis vias — e outras que não são diretamente examinadas pelo Aquinate — podem ser agrupadas em três grandes categorias de argumentos: [1] cosmológicos, [2] teleológicos e, finalmente, um grupo que denomino [3] antropológicos.



Cosmológicos

Os argumentos cosmológicos partem da observação do mundo. Nesse grupo, enquadram-se as quatro primeiras vias de Santo Tomás de Aquino, que argumenta a existência de Deus a partir do movimento, da causalidade, da contingência e dos graus do ser. Essas vias concluem pela existência de um Ser que seja o iniciador de todo movimento, a causa primeira de todas as coisas, um ser necessário e perfeito.


Teleológicos

Os argumentos teleológicos derivam da noção de fim. Aqui encontramos a quinta via de Santo Tomás, que aborda a noção de finalidade sob a perspectiva aristotélica, e o argumento de William Paley, de caráter mais neoplatônico. Este último tem ganhado popularidade nos dias de hoje, sobretudo por ser a base do raciocínio empregado pelos defensores da teoria do Design Inteligente.


Antropológicos

Os argumentos antropológicos estão relacionados a alguma dimensão ou aspecto da condição humana. Nesse grupo, destaca-se o argumento ontológico de Santo Anselmo, que, apesar de seu título, apresenta um caráter mais gnosiológico ou cognitivo. Também incluímos aqui o argumento ético ou moral, fundamentado na experiência da lei moral, que pode ser remetido a Santo Tomás. Além disso, há o argumento psicológico ou eudemonológico de Santo Agostinho, que parte do desejo humano pela felicidade, e o argumento histórico de Cícero, baseado no fenômeno religioso como uma característica universal da humanidade.


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